quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Finca Las Moras Reserva Malbec


Hoje abri uma garrafa do vinho Finca Las Moras Reserva, Malbec, 2009, que tem 14º de álcool. Ele é feito com uvas cultivadas na região de San Juan, na Argentina.  Este vinho passou dois meses em barricas de carvalho francês e americanos. San Juan está ao norte de Mendoza e vem se desenvolvendo mais recentemente. Antes só fazia vinhos licorosos e de mesa. A syrah parece estar se adaptando melhor ao  microclima de San Juan.  Este vinho tem um  excelente aroma, combinando tostado, baunilha e chocolate. A cor é vermelha intensa e o corpo é médio, apesar da quantidade de álcool. Na boca mostrou alguns defeitos, pois é áspero e desequilibrado, com mais intensidade para a acidez. Os taninos apresentavam um pouco de amargor. Atualmente custa cerca de 50 pesos na Argentina e pode ser encontrado em supermercados de Buenos Aires. Ganhei esta garrafa de um amigo. Não agradou. Por esse preço há vários vinhos argentinos melhores.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A desconhecida négrette


Há poucos dias visitei minha filha em Fontainebleau e participei de um pequeno jantar com queijo e vinho com ela e uma amiga francesa que gosta de vinho e parece conhecer um pouco dos vinhos de sua nação. Ela trouxe para o encontro uma garrafa do Château Montauriol, 2009, Prestige, da Appelation Fronton Crontrollée, com 13% de álcool. A princípio, nada impressionante. Os rótulos são mostrados abaixo. Fronton é uma cidade no sudoeste da França, próxima de Toulouse.

O vinho era muito agradável, com corpo médio, cor vermelho rubi intensa e reflexos violáceos,  macio e equilibrado. O aroma era complexo, com nuances de tostado e frutas escuras.  De um modo geral, gostei do vinho. A surpresa veio quando olhei a composição do corte, que é o seguinte: négrette 55%, cabernet franc 20% e syrah 25%. O corte com syrah é responsável por melhorar a estrutura do vinho, que passa doze meses em barril de carvalho.  Em Fronton, nessa denominação,  só podem ser produzidos vinhos tintos e rosados com pelo menos 50% da uva négrette.

Eu não conhecia essa uva e acho que poucas pessoas fora da França a conhecem.
No dia seguinte procurei informações sobre ela e descobri que é descendente de uma cepa ancestral nativa da ilha de Chipre, chamada mavros. Diz-se que foi levada para essa região da França por cruzados que no retorno passavam por essa ilha do mediterrâneo. Os diferentes cortes que podem ser feito com a uva produzem vinhos muitos diferentes entre si, em termos de aromas, estrutura e sabor. Procurei pelo preço na internet e achei uma garrafa à venda nos estados unidos por US$17. No dia seguinte, em supermercado Carrefour encontrei dois rótulos na faixa de quatro a cinco euros e comprei uma garrafa, quando abrir  tomarei nota das características do vinho com mais cuidado. As fotos do rótulo estão abaixo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quase um beaujoleais


Recentemente jantei um restaurante instalado na parte mais alta do morro da vila de Chénas, na França: Les Hauts de Chènas. Essa vila fica encostada na DOC de Beaujolais, pouco abaixo da cidade de Mâcon, mas tem sua própria designação de origem: Appellation Chénas Crontolée. Cheguei ao restaurante quase que por acaso: uma reserva de um hotel rural na região e depois uma recomendação do dono do hotel. A proprietária é uma senhora, Nathalie, que também aluga quartos e é a responsável pelas uvas e pelo vinho produzido pela família há pelo menos um século.

No restaurante ela vende e serve os vinhos da família, Domaine des Brureaux, que são feitos com a uva gamay, no “estilo” de Beaujolais. Como mostrei dúvida sobre qual tinto escolher, ela trouxe à mesa cinco garrafas com três cuvées diferentes. Explicou que um deles era feito com uvas de videiras de 90 anos, outro com videiras de 50 e o terceiro de 15. O quarto era um corte dos outros três e o quinto era outra safra de um deles.

Comecei a degustação pelo mais novo, que me pareceu aguado. O vinho de 50 e o corte também não agradaram muito. O de 90 foi uma agradável surpresa, pois era medianamente encorpado, a cor vermelho-granada com média intensidade. O aroma frutado, de cereja, mas sobressaindo-se mais o aroma deixado pela passagem do vinho em madeira: baunilha e tostado. Na boca mostrou-se macio e bem equilibrado. Como o rótulo não informava, perguntei se o vinho havia estagiado em barril e ela confirmou que estagiou 18 meses. A carta de vinho informava que ele tem potencial de envelhecimento de 3 a 8 anos.

Pedi um prato de coq au vin que combinou bem com. No final do jantar o aroma mudou sensivelmente, diminuindo o tostado e a baunilha relacionados ao barril de carvalho e ficou mais intenso o aroma de frutas vermelhas maduras, na linha da cereja. O preço da garrafa era de 19 euros (12 para levar). Foi uma boa escolha. Duas fotos abaixo mostram o rótulo do vinho.

 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Leilão de vinho do Edemar Cid Ferreira


Hoje de manhã entrei na página do UOL e logo no topo vi a informação de que estava aberto pela web um leilão dos vinhos do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira. A notícia informava o link para o site do leilão e eu, curioso, cliquei. No site visitei vários lotes de vinhos do porto, tintos e brancos. O site de leilão informava que as garrafas foram e estavam mantidas em adega climatizada. Não há porque duvidar, pois o proprietário tinha recursos para isso, mas o que aconteceu depois do arresto dos bens? Alguns deles mostravam que já haviam sido visitados por cerca de 10-12 pessoas e em nenhum caso havia lances.
Os preços iniciais estavam caros e mais tarde quando pesquisei alguns rótulos, percebi que o avaliador estava se baseando em preços internacionais,  o que comprativamente aos preços postos no Brasil torna o preço mínimo pelo menos bem menor que o preço local. Mas é preciso checar cada cso. As perguntas que fiz a mim mesmo naquele momento foram as que muitos outros fizeram durante o dia: Será que não estão estragados por terem passado do tempo de consumo? Se eu tivesse recursos, teria coragem de fazer ofertas por alguns desses vinhos?

Passei pelos tintos sem encontrar uma resposta. Acho que o avaliador do leilão contratado pelo site sabe o que está fazendo, mas alguns poucos lotes de vinhos mais baratos eu fiquei com a impressão de que seria mau negócio. Uma análise dos rótulos, vinículas e safras permitirá saber o tempo esperado de guada desses vinhos e isso dará uma boa informação para a tomada de decisão. Mas é difícil avaliar visualmente só pelas fotos se há algum defeito de má conservação.

Nos brancos eu tive dúvidas e separei dois casos para comentar. A primeira foto abaixo mostra vinhos varietais de Chardonnay, da California, Estados Unidos, com cerca de quinze anos na garrafa e preços na faixa de 40 reais. Esses vinhos são famosos e têm história, Mike Grgich foi o enólogo do vinho chardonnay Montelena que ganhou o primeiro lugar na famosa degustação de Paris em 1976 e o chardonnay da Chalone ficou em terceiro. A cor é âmbar escura, mostrando vinhos já no ocaso; as vinícolas são de boa qualidade, mas mesmo assim são vinhos que devem ser bebidos até no máximo três a cinco anos depois de postos à venda. Definitivamente eu não compraria esses três.


 
A segunda foto mostra duas garrafas de Chevalier Montrachet Grand Cru, de 1996 e 1998. O primeiro a R$1750, 00 e o segundo a R$1550,00. Ambos na faixa de 25 anos na garrafa. Na web também a informação de que o preço é esse mesmo, e este é um dos grandes vinhos brancos da Borgonha, feitos também com Chardonnay. A análise visula mostra um vinho de côr ambar mais clara que os anteriores e visual mais limpo e convidativo. O tempo de guarda desse vinho varia muito com a safra, mas  pode ser de 20 a 25 anos. Num dos sites que consultei afirma-se que Jancis Robinson indicou que o 88 poderia ser bebido até 2010-12. Nestes dois casos, a analise visua ajuda a complementar a informação da ficha técnica do vinho e sua história. Com reais sobrando no bolso, talvez ainda valha a pena arriscar esta compra, mas certamente há riscos.


Agora à noite voltei às páginas do UOL e a manchete dizia que o ex-dono havia emitido uma nota durante o dia em que diz que os vinhos estão estragados por má conservação. O site de leilão rebate que a avaliação foi rigorosa e os vinhos com problemas foram removidos do leilão. Diz mais, que ele está querendo "melar" (talvez coubesse melhor aqui a palavras avinagrar) o leilão. É provável, mas difícil de provar. A análise técnica nos ajuda a decidir, mas trata-se de um leilão complicado, com grande risco de pagar caro, levar e não beber.   De qualquer forma, vou acompanhar o leilão.

Nota:o leilão foi encerrado com sucesso e praticamente todos os lotes foram arrematados. A exceção foram lotes em que havia alguma informação sobre problemas, com "rótulos mofados". Os vinhos comentados acima foram comprados: boa sorte aos compradores. Será interessante ver no futuro posts na web sobre o que os compradores encontraram quando abriram a garrafa!

domingo, 7 de outubro de 2012

Simpósios e confrarias


O Museu Britânico possui, talvez, uma das maiores coleções de vasos etruscos e gregos do mundo. Alguns são gregos, mas encontrados na Itália. São vasos de terracota em que as pinturas combinam o vermelho do barro com o preto da tinta. As cenas mostram guerreiros tomando vinho, jovens servindo adultos e diversos tipos de cenas domésticas e ao ar-livre, além de cenas de guerra. Muitos desses vasos eram usados para preparar o vinho ou então para servir. Possuem a boca larga e ampla, no que diferem das ânforas, que eram usadas para o transporte do vinho.

 O cartão que descreve um dos vasos que vi informava que a palavra “symposium”(hoje “simpósio” em Português), de origem grega, quer dizer literalmente “drinking together” que em tradução livre seria “ reunião para beber” e literalmente “beber junto”. Especificamente, era usada para descrever as festas após o jantar, só para homens, em que eles bebiam vinhos e conversavam assuntos intelectuais. Mulheres e jovens participavam apenas para servir o vinho. As cenas desenhadas no vaso que continha essa informação mostram adultos jovens reclinados em sofás, com copos nas mãos e sendo servidos. A foto de um vaso desse tipo se encontra abaixo, mostrando o deus Baco entre videiras e uvas.



A palavra simpósio continua muito usada no mundo ocidental e significa nos meios acadêmicos uma reunião de alunos, professores, pesquisadores e profissionais de uma área do conhecimento para discutir os avanços científicos e tecnológicos. Isto é, designa só a segunda parte do sentido original. No Brasil e em Portugal usa-se modernamente o termo “confraria” para designar grupos de pessoas, sem distinção de gênero, mas com predominância de homens, para que reúnem regularmente para degustar e discutir vinhos. Ver também o significado de simpósio na Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Simp%C3%B3sio), onde está a pintura abaixo, mostrando um simpósio original.

domingo, 9 de setembro de 2012

Serviço inadequado


Jantar familiar a três no restaurante República dos Camarões, em Aracaju, SE. O salão é climatizado e o serviço bem organizado; o garçom que nos atendeu era educado e atencioso. Há várias opções de pratos com camarão e pedimos um deles. A carta de vinho deixa a desejar em relação à qualidade geral do restaurante: está mal organizada, confusa e com informações importantes faltando. Uma das entradas da carta, por exemplo, informava apenas que havia  um vinho “Nero D’Avola” por 58 reais. Parece que quem fez a carta não sabe o que esse nome significa. Além disso, dispensa pouca atenção  para vinhos brancos e espumantes, que deveria ser o forte de um restaurante especializado em frutos do mar.

O serviço de vinho deixa a desejar e os garçons deveriam ter um treinamento adequado. O espumante que eu escolhi foi servido em uma taça normal de vinho tinto e de forma inadequada. As bolhas desapareceram rapidamente. Se eu não tivesse me antecipado e pedido para gelar um pouco mais, o vinho teria sido servido à temperatura  ambiente.

sábado, 8 de setembro de 2012

Vinho e margem de lucro, cuidado com o segundo vinho com menor preço.


Viagem de férias com minha filha. Ela acabara de terminar o primeiro semestre de um MBA e estava entusiasmada com alguns conceitos aprendidos. Quando tomávamos um vinho ela me explicou uma técnica de vendas muito usada e que é frequentemente usada em cartas de vinhos: o segundo produto com menor valor é o que tem maior margem de lucro. Explicando simplificadamente com um exemplo de vinho: os vinhos do cardápio têm uma margem de lucro de 100% (exemplo: é vendido por 40 e custa 20), digamos, e o produto com o segundo menor preço tem margem de 150% (é vendido por 50 e custa 20). 

Pesquisas mostram  que  muitas pessoas preferem comprar o segundo produto menos  caro, tornando-o o produto mais vendido da lista ou da carta. Isso ocorre por várias razões psicológicas, como por exemplo, por achar que o custo menor implica em menor qualidade ou para não causar má impressão ao acompanhante. Portanto, cuidado com o vinho com o segundo menor preço da carta, pois pode ser uma armadilha. Você estará pagando mais por um produto que não custa mais que o vinho com menor preço da carta.

Outra técnica muito utilizada, em cardápios de refeições, ou em vendas de refrigerantes em restaurantes de comida rápida, é precificar desproporcionalmente quantidades diferentes de um produto para estimular a venda do produto com maior quantidade. Isso ocorre frequentemente com garrafas de 750 ml e garrafas com menos conteúdo, como 375ml. O preço desta é geralmente muito maior se comparado com o volume maior, isto é, paga-se um preço proporcionalmente muito maior que o raciocínio lógico nos leva a pedir o produto com maior volume. Isso ocorre também com os preços de pizzas médias e grandes e copos de refrigerantes.

sábado, 25 de agosto de 2012

Vinho EA, o irmão mais simples do Cartuxa


Uma pessoa amiga comentou há pouco tempo que quando fazia estágio de seu curso de graduação em Portugal, costumava tomar o vinho EA, muito consumido pelos estudantes por ser barato (algo em torno de 4 euros) e também por gostar. Há poucas semanas, ao retornar de uma viagem, vi esse vinho na loja duty-free de Guarulhos por US$14,00 e decidi comprar uma garrafa para  experimentar. Trata-se de um vinho regional alentejano, a categoria superior à de vinho de mesa e inferior à D.O.C., da Fundação Antonio E. Almeida, a mesma produtora do Cartuxa e do Pera Manca. Em algumas lojas eletrônica brasileira encontrei este vinho por preços variando entre 42 e 45 reais.

O vinho contém 14,5ºC e é feito com as uvas Aragonez, Alicante Bouschet, Trincadeira e Castelão.
Trata-se de vinho jovem, para consumo imediato e que não passa por madeira. Esta garrafa era da safra de 2009. Apresentava um pouco de halo, mas me pareceu que estava ainda em boas condições para consumo. Servi à temperatura de 16-17°.  A cor era vermelho intensa e o aroma tinha  baixa intensidade. Durante o jantar o aroma abriu-se muito pouco. O vinho mostrou-se macio, com taninos maduros e corpo médio, mas fiquei com a impressão de que faltava um pouco de acidez, deixando o vinho alcoólico.  

Uma parte do vinho eu reservei para o dia seguinte e deixei na geladeira em uma garrafa com 175ml, preenchida até a boca. Quando abri a garrafa para o almoço, a uma temperatura menor, ele me pareceu mais saboroso.  É um vinho correto que atende aos seus propósitos, mas a ao preço de mercado de 45 reais no Brasil há muitas alternativas melhores.

sábado, 18 de agosto de 2012

Amarone Lenoti, aerar é preciso.

Em um almoço familiar resolvemos tomar um Amarone della Valpolicella e o escolhido foi um Clássico de 2005, com 15º de álcool, produzido pela  Cantine Lenotti, que fica em Bardolino, Itália. Abri o vinho por volta de 10h30min e coloquei todo o conteúdo da garrafa em um decantador. O rótulo recomendava abrir a garrafa uma hora antes de servir, à temperatura ambiente de 15-16º.  Fiz uma análise inicial e experimentei imediatamente: cor vermelha de média intensidade já com uma leve tonalidade amarronzada, o halo bem definido, aroma de frutas pouco intenso, na boca um pouco amargo.  Experimentei novamente depois de 1h e notei que o aroma estava mais intenso e o aroma já lembrava a tipicidade dos vinhos dessa região, mas na boca pouco havia mudado.  O almoço começou depois de 13h e o vinho já estava há quase 3h aerando. Combinou bem com o tortéi. Nesse momento ele mostrou mais seu aroma complexo de frutas vermelhas escuras, densidade e equilíbrio. Bom exemplar do amarone, sem ser excepcional. Provavelmente melhoraria um pouco mais se ficasse se eu tivesse aberto a garrafa mais cedo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Vinho doce da uva PX

A aula sobre a DOC de Jerez chamou muito minha atenção pelo método elaborado de produção desses vinhos, em uma região tão quente e com solo tão característico. A uva Pedro Ximenez (PX) também chamou minha atenção pelo nome e pela lenda, de que o nome derivaria de um alemão chamado Peter Siemen, que a trouxe para a região. Recentemente tive a oportunidade de comprar no duty-free de Madrid um vinho doce feito com essa uva passificada. Comprei mais para aprender mais sobre os sabores dessa regiao. O vinho é do produtor Gonzales Byasse  não custou muito, cerca de 8 euros. Ele pode ser visto na foto abaixo.


A cor é muito escura, quase preta e está de acordo com a descrição do vinho. O aroma me surpreendeu, pois para mim se sobressaiu apenas o caramelo, com um tom forte de melado ou garapa de cana de açucar. Na boca se mostrou muito doce, mas com sabor um pouco melhor do que o aroma indicava.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Vinhos na China

No meu passeio pela China observei o que havia de vinhos. Nas cidades em que fui, como Beijing, Guilin e Shangai, havia sempre pequenas lojas de comida, que podem ser considerados pequenos supermercados ou lojas de conveniência. Sempre havia algumas garrafas de vinho chineses para vender das marcas Great Wall, Dynasty e Changyu. Chamou a atenção o fato de que as garrafas ficavam expostas à temperatura ambiente, que no verão estava acima de 35o.Vi alguns vinhos das messmas marcas também em cartas de restaurantes. Todos eles apareciam em diferentes formas e preços, indicando diferentes uvas e qualidade.Os rótulos são parciamente escritos em inglês e o contra-rótulo é todo em Chinês. Os preços variavam de pouco menos de 20 reais (50 yuans) pelo Dynasty mais simples, até 60 reais (180 yuans). Em alguns lugares vi vinhos da Great Wall sendo oferecidos por 400 yuans.

Como se pode ver nas fotos abaixo, geralmente não há indicação de safra, o teor alcólico é geralmente baixo 11.5o a 12.5o e nem sempre a uva é mencionada. Num dos vinhos, menciona-se apenas Cabernet e  um certo tipo de vinho Changyu indica o ano de 1999 na garrafa, mas nao consegui entender se esse ano se referia à safra, pois seria certamente um vinho defeituoso com esssa idade e armazenado nessa temperatura por tantos anos.



No passeio de barco pelo rio Li, a partir da cidade de Guilin, duas garçonetes sairam com uma garrafa enorme vendendo doses de um suposto "Snake Wine". A garrafa continha vinho branco e uma cobra dentro. Não provei. Vi também uma garrafa desse tipo em um dos restarantes em que almocei, em ShangHai.  A foto está acima.


Depois de muito observar resolvi experimentar um dos vinhos e comprei um Changiy em uma dessas lojas de comida que tinha ar condicicionado (talvez 25o.C) e ficava próxima ao meu hotel. Era um Changyu, com 12o.,Cabernet Franc e sen indicação de safra que aparece nas fotos abaixo. Deixei resfriar um pouco na temperatura do quarto, que estava a 21o. Ao abrir, o vinho se mostrou límpido e com um aroma pouco intenso de frutas vermelhas. A cor era rubi e já mostrava um pouco de evolução, não formou lágrimas, mas o copo era o que se encontrava no quarto. Na pouca mostrou estar diluído, sem persistência do sabor na boca.  Como esperado, já estava em estágio avançado de oxidação, com o sabor característico e um certo amargor. Voltei a analisar o aroma e notei a oxidação, mas ela aparecia de forma muito discreta.  Minha conclusão é que não se tratava de vinho recomendado para consumo e descartei o restante.

Na saída da China, do duty-free de Beijing comprei um vinho por 132 yuans (44 reais) produzido por uma empresa francesa na China. Quando abrir a garrafa registrarei minha análise.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Tomando um vinho na Tailândia

Estava no restaurante de um resort em Phi Phi, na Tailândia e decidi tomar um vinho no jantar. A carta possuia poucos vinhos com predominância de Chilenos e Australianos e alguns poucos europeus, com equilíbrio na quantidade de brancos e vermelhos. De fato, os brancos combinam melhor com a comida típica local. Mas eu pedi massa e um vermelho, um chileno simples.

O vinho foi servido na temperatura ambiente, que naquele momento, mesmo em frente ao mar e à noite, beirava 30o. C. Durante o dia ele certamente ficou sob uma temperatura que deve ter chegado próximo de 40oC. Foi interessante ler no contra-rótulo um recado do importador informando que o vinho for "shipped and stored" a 15oC! O vinho era um merlot 2010 da MontGras, vínicola do Vale Central, com 13% de álcool. O valor pago foi equivalente a 65 reais, provalmente um pouco mais caro do que seria o valor dele em um restaurante brasileiro.

A garrafa com tampa de alumínio indicava um vinho para consumo rápido. O aroma inicial eera predominamente vegetal, pimentão verde, com boa intensidade. O ambiente estava pouco iluminado e não foi possível uma análise visual mais detalhada. Na boca, mostrou corpo leve e final curto. A acidez um pouco exagerada. Em seguida pedi ao garçon para trazer um balde de gelo para esfriar um pouco a garrafa. Depois de 15min o vinho ficou mais agradável na boca, mostrando mais equilibrio e aroma um pouco diferente: um leve aroma de frutas vermelhas com muito menos aroma vegetal.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Vinho na Tailândia

Mês de julho. Férias. Estive na Tailândia, que é muito quente nesse período de verão no hemisfério norte. No aeroporto de Chang Mai vi algumas garrafas de vinhos tailandeses à venda e, curioso, li e fotografei alguns rótulos. As fotos estão abaixo.  Mais tarde, no hotel, consultei a web e descobri que há uma associação tailandesa de produtores de vinho. Detalhes em www.thaiwineassociation.com. As regiões produtoras estão próximas a Bangcoc (paralelo 14) e ficam próximas do mar, o que me pareceu inusitado, pois ao norte do país há uma região mais alta e um pouco mais fria (paraleos 18-20), que teoricamente poderiam produzir uvas mais adequadas para vinificação.

Nos restaurantes há poucas opções de vinho à venda, com predominância de brancos, a maioria proveniente da Austrália e do Chile. Comprei uma garrafa de um produtor tailandês em uma loja de vinhos em um centro de compras da cidade de Puket que funciona como um "wine bar" (tem loja e serve comida) e trouxe para o Brasil. Quando abri-la registrarei minhas impressões.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Crane Lake Zinfandel 2008


Em março de 2012 eu estive em São José do Rio Preto,  SP, e visitei a loja de importados do Makro, que tem uma boa lista de produtos e vende vários vinhos interessantes, alguns provenientes de importação própria. Até por curiosidade, eu comprei uma garrafa de vinho da uva Zinfandel, que não é comumente encontrada no Brasil e é um vinho caro. Paguei 48  reais e se comprar três garrafas sai por cerca de 45. O vinho é importado pela Wine Experience e em outras lojas e posts o preço mencionado é 55-60.

A Crane Lake é uma das muitas marcas da Bronco Wine Company, da California, uma dos maiores produtores de vinho dos Estados Unidos. De um modo geral, trata-se de uma empresa controvertida, que já foi processada pela justiça norte-americana por fraudar as leis de D.O.C. rotulando vinhos como sendo de uma região e usando uvas de outras regiões. Veja detalhes em http://en.wikipedia.org/wiki/Bronco_Wine_Company. É conhecida por produzir um dos vinhos mais populares daquele país, com a marca “Charles Shaw”, que é vendido por dois dólares nas lojas de conveniência Trader’s Joe. Mas de um modo geral a percepção parece ser a de que vende vinhos por um preço inferior à qualidade percebida pelos clientes. Por isso tudo achei que tinha feito um péssimo negócio.

Hoje eu e minha esposa abrimos essa garrafa e tomamos junto com um queijo suave. O vinho é da safra de 2008 e tem 12,5% de álcool. O local de produção é Sonoma. 75% é Zinfandel e  o restante é uma mistura de outros vinhos tintos não mencionados no rótulo.  De um modo geral minha esposa gostou do vinho, porque é macio e tem um sabor e aroma um pouco adocicado, típica dessa uva. Parece ter passado por pequeno estágio em madeira, mas isso não é muito perceptível. O aroma é de frutas vermelhas. Para mim destacou-se mais o aroma de cereja.  A cor não é muito intensa e as lágrimas são finas. O halo já estava bem pronunciado. O sabor era um pouco picante, sem ser desagradável, com corpo leve a médio. Os taninos estavam maduros e de um modo geral o vinho estava bem equilibrado e macio, com persistência na boca de baixa para média.   De um modo geral, achei que se trata de um vinho correto, mas o preço está um pouco puxado. Nos Estados Unidos penso que é um vinho com custo bem acessível.

Pesquisei a web novamente e encontrei um vídeo em que o sommelier fala bem desse vinho, mas sem muito entusiasmo, mas ele prova uma garrafa da safra de 2006 (http://www.youtube.com/watch?v=Mv9PxcEOAGc). Essa safra foi premiada em uma feira nos Estados Unidos. Em uma degustação às cegas em Ribeirão preto, esse vinho ficou em 5º. lugar na preferência dos degustadores. Compardo com o Zinfandel da Gallo que eu comentei em fevereiro,  ficaria com o  da Gallo, que tem um sabor muito mais intenso.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A primeira garrafa devolvida nunca se esquece

Há poucos dias estive em um hotel do tipo resort na região de Campinas, para uma reunião de trabalho. O hotel é muito luxuoso e as diárias são caras. O hotel mantém uma boa carta de vinhos e, como tudomais, cobra caro por eles, algo entre 2,5 a 3 vezes o preço normal de loja ou do importador. No segundo dia foi servido um jantar para os presentes e no fim eu e alguns colegas ficamos conversando e, como sempre nessas ocasiões, resolvemos experimentar alguns vinhos. Isso levou a  uma análise detalhada da carta de vinhos para tentar encontrar vinhos com um bom custo-benefício. O primeiro vinho tomado foi uma argentino básico da Rutini. O segundo foi um espanhol, que a dizia ser de Castilla y León e que na realidade era de Rioja. No processo de escolha desses vinhos, pedimos alguns que não estavam disponíveis e outros que só estavam em safra mais recentes.

Conosco estava um colega alemão, que queria experimentar um vinho Brasileiro. Pedimos um vinho com valor de cerca de 70 reais de vinícola conhecida de Bento Gonçalves safra de 2008 ou 2009. Eu fiz a prova e ao colocar na boca percebi que o saber estava estranho, com gosto oxidado. Depois analisei melhor a cor e vi que estava mais escura que o normal, pendendo para um marrom escuro. Percebi logo em seguida o cheiro de vermute. Passei o copo para o alemão, que também provou e não gostou. Ele olhou a rolha e vimos que o vinho havia se infiltrado uns 0.8 mm nela. Ela era composta de aglomerado de cortiça e um disco de cortiça integral com 0.5mm de altura na ponta que ficava dentro da garrafa. Resolvemos então devolver a garrafa.

O garçom era bem jovem e ficou atrapalhado, sem entender o que estava acontecendo. Nós explicamos para ele que o vinho estava com defeito e que não iríamos consumi-lo. Ele retornou com a garrafa e vimos que falou com outros colegas e eles todos cheiraram e provaram o fim. Depois de algum tempo eles chegaram à conclusão que estávamos certo e o jovem voltou par anos oferecer outra garrafa. Eu fiz um curso sobre vinhos recentemente e havia tido lições teóricas sobre os tipos de defeitos dos vinhos, mas nunca havia me deparado com uma garrafa defeituosa em um estabelecimento de consumo e naquele hotel luxuoso, foi preciso muita convicção para devolver o vinho. Não sei a razão do defeito, se causado pela rolha ou por má conservação.  Mas saí com a impressão de que o hotel deveria cuidar e manter melhor sua carta de vinhos, considerando o nível de seus clientes e os preços cobrados.

domingo, 3 de junho de 2012

Rutini CS e Malbec

No mês passado eu almocei com alguns amigos e colegas no restaurante Guimas, na Gávea, RJ. O prato escolhido, recomendado por um dos presentes que é frequentador assíduo, foi o Filé do Bêbado, com molho de champignon, vinho tinto, bacon, cebola calabresa e batata gratinada. Estava muito bom.

Para acompanhar pedimos um vinho tinto Rutini 2009, um corte de cabernet sauvignon e malbec.Todos à mesa gostaram muito do vinho. O que chamou a atenção foi principalmente o seu equíbrio e maciez, de taninos maduros. Além disso, tem boa intensidade na boca, com corpo médio. O aroma também é agradável, de frutas vermelhas. Combinou muito bem com o prato pedido.

 O preço pago foi de 92 reais. No outro dia, em casa, eu pesquisei na Web e descobri que é vendido pela Zahil, por cerca de 60-70 reais. Havia uma promoção de três garrafas por  55,50 cada na própria importadora e eu comprei para verificar se com outras garrafas a minha avaliação positiva se mantinha. Ainda não bebi. O preço pago no restaurante foi bem razoável, comparado com o preço da importadora.

domingo, 8 de abril de 2012

Preço de vinhos


Duas perguntas que me faço (e ouço) frequentemente são as seguintes:  Qual é  o valor  razoável de um vinho? A partir de quantos reais se compra um vinho bom? Eu ouço pessoas darem respostas como estas:  Um vinho bebível começa a partir de 20 reais. Um vinho razoável ou bom não custa menos de 60 reais. Essas respostas não são nenhum pouco úteis, pois dependem muito de onde se compra o vinho. Como qualquer outro produto, o preço ao consumidor varia muito. Além disso, depende muito  se a compra ocorrer em uma loja ou em um restaurante. No Brasil, o preço  nos restaurantes é normalmente pelo menos o dobro do custo na loja. Mas  o preço varia bastante nas lojas também.  Abaixo listo uma pequena pesquisa que fiz recentemente sobre o assunto para uso próprio, sem qualquer metodologia científica.
Amarone Classico Costasera, Masi, 2007, em Roma, na região central:  34,50 euros em uma padaria, 36e na loja duty-free do aeroporto,  40e em uma loja de vinhos perto da Piazza Navona e  340 reais no Brasil, na loja online da Mistral (cerca de 130e.)
Brunello di Montalcino, Fattoria dei Barbi, 2006, na região central: 22,50e em um supermercado com uma adega subterrânea bem montada, em oferta (o preço normal era 30e), 25 em outra loja da mesma rede de mercado (estava no armário, trancado), 34,50 no duty-free. No Brasil vi na loja on line Bacco’s por 245 e em um anúncio no Mercado Livre por 230,00, sem informar o ano (cerca de 90e.)
Cartuxa, reserva, 2008, em Portugual: 19,90e na loja da vinícola, em Évora; o mesmo preço no supermercado Jumbo em Guarda, 25 em uma loja de vinhos no centro de Lisboa, 34 na loja duty-free de Lisboa.  Encontrei a 200 reais em uma loja on-line no Brasil (cerca de 77e ).
Dessas pesquisas retirei duas regras básicas. Primeira:, deixar para comprar o vinho no duty-free é muito arriscado, pois além de correr o risco de não encontrá-lo, geralmente é mais caro. Segunda: multiplico por 9 ou 10 o preço médio em euros quando estou na europa, para ter uma ideia de quanto o vinho custaria no Brasil.

Amarone na Embaixada


Dias atrás participei de uma reunião na Embaixada do Brasil em Roma, envolvendo representantes de universidades brasileiras e italianas. O almoço foi servido na belíssima sala de recepção do Palácio Pamphili, com vista para a Piazza Navona.
Durante o serviço foi servido uma massa parecida com capeletti e o vinho foi o Amarone Costasera Classico, da Masi. Este é um grande representante dos Amarones. A cor era de um vermelho intenso, rubi, e o aroma muito  agradável, lembrando cereja e frutas escuras. O vinho era encorpado e com grande intensidade de sabor na boca, os taninos maduros e um bom equilíbrio, fazendo com que o alto teor de álcool passasse despercebido. Durante o almoço o embaixador comentou que o custo da garrafa era de cerca de quarenta euros e que os italianos presentes no almoço estavam elogiando a escolha do vinho,  que por sua qualidade e preço não deve ser servido usualmente em outros tipos de recepções.
No dia seguinte, ao andar pelos arredores da Piazza Navona, encontrei algumas garrafas desse amarone da safra de 2006 – não sei qual foi a safra servida no almoço – em uma loja de vinho por 39,90 e em um outra loja não especializada por 34,50. Resolvi comprar uma garrafa e levar para o Brasil. Pretendo abrir daqui a uns dois ou três anos e comparar com este servido na embaixada. Será uma oportunidade para lembrar desse almoço na nossa embaixada ao lado de alguns amigos.

sábado, 3 de março de 2012

Leitão à Bairrada

Jantei no restaurante Meta dos Leitões, em Mealhada. Este é um de muitos que existe nessa região. O leitão é muito bom, com pouca gordura aparente. O couro é
fino e tostado, mas não chega a ser crocante. A garçonete é uma senhora
portuguesa, que informa que o acompanhamento tradicional são batatas fritas, fritas
na casa, e salada de alface.

O vinho da casa recomendado é produzido pela própria empresa que é dona do restaurante, um caso típico de venda casada. Há opção por outros vinhos produzidos pelo grupo. Eu preferi provar o da casa, que se chama Sarmentinho, e vem nas versões tinto, banco e rosado. A garçonete disse que todos eles são indicados para consumir com o leitão e de fato, notei que sobre as mesas vizinhas havia garrafas tanto de tinto como de branco. O vinho é frisante, parecido com um Lambrusco. Acho que o gás é adicionado ao vinho pronto. O que eu tomei, o tinto, é feito com as castas Baga e Trincadeira e tem 12,5O de álcool. É servido gelado e tem sabor agradável, embora simples; vai bem com o leitão. No rótulo está escrito que é "adamado" (veja fotos abaixo). Esssa palavra não é muito usada no Brasil e significa "vestir-se ou enfeitar-se como uma dama, efeminado". No mundo do vinho significa "ligeiramente doce".





Como é uma segunda-feira, na estrada passei por vários restaurantes que estavam
praticamente vazios. No Meta havia em torno de trinta pessoas jantando. Esse é um dos restaurantes mais conhecidos e bem avaliados entre os que servem o leitão à bairrada nessa região e por isso talvez que era o mais procurado. Fiquei pensando se o leitão desse restaurante é melhor do que os demais só por causa de propaganda, ou se tem de fato alguma vantagem competitiva.

Dias depois eu estava em Lisboa e vi que há um restaurante no setor de refeições do centro de compras da estação oriente do metrô. Lá é possível comer sanduíche de leitão da bairrada. Resolvi não experimentar.

Há também um restaurante que serve leitão à bairrada no centro de compras de Alcochete (Freeport). Lá comi um bacalhau com natas e conversei com o garçon brasileiro, que é um imigrante ilegal. Ele disse que na cozinha os cozinheiros são todos brasileiros. Com a crise financeira, muitos restaurantes já fecharam nesse local e esse corre o risco de fechar também. O garçon disse que planeja voltar para o Brasil em dois ou três meses. Não sei se o leitão à bairrada que lá servem é da bairrada, nem se os cozinheiros do Meta são brasileiros ou portugueses. Acho que não faz
diferença. Ou faz?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Restaurante O Cortiço: carta de vinhos e Vinha da Paz


Em Viseu, Portugal, há um restaurante chamado o cortiço que é bem conhecido na cidade e região e recomendado em vários guias. Um aspecto diferente de todos os restaurantes com cartas de vinho que eu conheci até hoje é a carta desse restaurante lista o preço de custo da garrafa e o preço de venda. Pareceu-me uma boa iniciativa.
Do ponto de vista negativo, entretanto, é que  mostra um certo descuido com a carta, o que de certa forma o torna menos merecedor de sua fama: , é que a carta lista cerca de quarenta a cinquenta vinhos . Mas desses apenas cerca de vinte por cento estão disponíveis e estão marcados com uma bolinha preta feita à  mão, ao lado do nome do vinho.
Eu escolhi para o jantar, com a ajuda do garçom, muito prestativo e eficiente, um vinho tinto reserva com o nome de Vinha da Paz, da DOC Dão. Oitenta por cento do vinho é composto pela uva Touriga Nacional, que  fica dezenove meses em barril de carvalho francês novo. O preço de custo estava listado como certa de dez euros e o preço de venda como quinze euros. Na Internet, vi que o preço desse vinha é mesmo de cerca de 10e.  Essa margem de cinquenta por cento era mantida par os outros vinhos.
Gostei muito do vinho. Aroma intenso e delicioso, de frutas vermelhas e  tostado da madeira; corpo médio para alto, equilibrado.  Tem um ótimo custo-benefício.
Viseu, 24/02/2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vinho - Zinfandel

Hoje resolvi provar um vinho da uva Zinfaldel. Comprei uma garrafa da Gallo Family, 13,5% de álcool, 2010, da California, USA. Um vinho simples, com rolha sintética, que custou 6.5 libras na loja de alimentos dos estudantes da universidade. Eu me interessei há algum tempo pela uva Primitivo, da Itália, por indicação de uma colega da ABS. Essas uva é bastante cultivada na região da Puglia, Itália, e já provei alguns vinhos das DOCs Primitivo de Manduria e Primitivo de Salento. Manduria produz melhores vinhos. Ainda está na minha lista provar um dos melhores, que é o de Lucarelli, que custa cerca de 130 reais no Brasil.

Eu já sabia que a Zinfandel e a Primitivo são consideradas clones e não há conhecimento preciso sobre como esse clone chegou aos Estados Unidos. Há pouco tempo li um livro sobre viticultura e vinificação em que os autores afirmam que elas produzem vinhos bem diferentes. Essa foi a motivação para eu experimentar a Zinfandel pela primeira vez. Ambas produzem vinhos altamente alcoólicos.
Minha impressão deste vinho, talvez influenciado pela informação já conhecida, é que a há uma certa similaridade entre as duas, pelo menos no sabor mais adocicado e macio, com bom final. Li em um blog que esta uva produz vinhos que as mulheres gostam, por essa maciez e sensação adocicada. Este vinho da família Gallo tem pouquíssima intensidade de aroma. Na boca tem um sabor mais intenso e um retro-olfato que lembra frutas maduras e vinho do porto, mas que dura pouco. Pareceu-me um vinho correto para o preço.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vinho - Châteauneuf-du-pape

Um dos meus professores do curso de formação profissional em vinhos comentou durante a aula que um sommelier tem que ter "litragem", com isso querendo dizer que tem que ter experiência em tomar ou provar muitos tipos de vinhos, de diferentes uvas e combinações, de diferentes lugares e diferentes produtores. Isso faz com você possa formar uma opinião sobre sobre a qualidade de uma quantidade quase infindável de vinhos e ir formando o seu próprio paladar: que tipo de vinho mais o agrada, quais são ruins, quais são bons mais muito caros em relação a outros tão bom quanto etc.

Recentemente eu li o livro ˜The Emperor of Wine", de Elin McCoy, sobre Robert M. Parker Jr. A escritora informa que no fim de 1993, dez anos após ter iniciado profissionalmente sua carreira com avaliador de vinhos, Parker havia testado 130.000 vinhos, além de ter escrito sete livros. Amante de vinho e trabalhador compulsivo, ele deve ser o ser humano vivo e morto com a maior litragem de vinhos. O estilo de vinhos que parece mais agradar a Parker, o que levou aos chamados vinhos "parkeirizados"inclui as seguintes características, sem excesso de acidez, encorpados, frutados e com algum envelhecimento em barril de carvalho francês. O livro conta também a relação de Parker com os vinhos do vale do Rhone e sua paixão por alguns deles.

Hoje, modestamente, provei pela primeira vez um vinho da região de Châteaunef-du-pape (Les Closiers), comprado na Inglaterra ao preço de onze libras por uma garrafa de 50 dl. Ao provar o vinho, a primeira impressão positiva foi o corpo e a intensidade de sabor, mas com um sabor quase adocicado, embora fosse um vinho seco. Minha impressão foi muito boa e, mesmo com minha pouquíssima litragem, concordo com Parker sobre os vinhos dessa denominação. Preciso agora provar outros para confirmar a primeira impressão!