Há poucos dias visitei minha filha em Fontainebleau e
participei de um pequeno jantar com queijo e vinho com ela e uma amiga francesa
que gosta de vinho e parece conhecer um pouco dos vinhos de sua nação. Ela
trouxe para o encontro uma garrafa do Château Montauriol, 2009, Prestige, da
Appelation Fronton Crontrollée, com 13% de álcool. A princípio, nada
impressionante. Os rótulos são mostrados abaixo. Fronton é uma cidade no
sudoeste da França, próxima de Toulouse.
O vinho era muito agradável, com corpo médio, cor vermelho rubi
intensa e reflexos violáceos, macio e equilibrado. O aroma era
complexo, com nuances de tostado e frutas escuras. De um modo geral, gostei do vinho. A surpresa
veio quando olhei a composição do corte, que é o seguinte: négrette 55%,
cabernet franc 20% e syrah 25%. O corte com syrah é responsável por melhorar a
estrutura do vinho, que passa doze meses em barril de carvalho. Em Fronton, nessa denominação, só podem ser produzidos vinhos tintos e
rosados com pelo menos 50% da uva négrette.
Eu não conhecia essa uva e acho que poucas pessoas fora da
França a conhecem.
No dia seguinte procurei informações sobre ela e descobri
que é descendente de uma cepa ancestral nativa da ilha de Chipre, chamada
mavros. Diz-se que foi levada para essa região da França por cruzados que no
retorno passavam por essa ilha do mediterrâneo. Os diferentes cortes que podem
ser feito com a uva produzem vinhos muitos diferentes entre si, em termos de
aromas, estrutura e sabor. Procurei pelo preço na internet e achei uma garrafa
à venda nos estados unidos por US$17. No dia seguinte, em supermercado Carrefour
encontrei dois rótulos na faixa de quatro a cinco euros e comprei uma garrafa,
quando abrir tomarei nota das
características do vinho com mais cuidado. As fotos do rótulo estão abaixo.
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