quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A desconhecida négrette


Há poucos dias visitei minha filha em Fontainebleau e participei de um pequeno jantar com queijo e vinho com ela e uma amiga francesa que gosta de vinho e parece conhecer um pouco dos vinhos de sua nação. Ela trouxe para o encontro uma garrafa do Château Montauriol, 2009, Prestige, da Appelation Fronton Crontrollée, com 13% de álcool. A princípio, nada impressionante. Os rótulos são mostrados abaixo. Fronton é uma cidade no sudoeste da França, próxima de Toulouse.

O vinho era muito agradável, com corpo médio, cor vermelho rubi intensa e reflexos violáceos,  macio e equilibrado. O aroma era complexo, com nuances de tostado e frutas escuras.  De um modo geral, gostei do vinho. A surpresa veio quando olhei a composição do corte, que é o seguinte: négrette 55%, cabernet franc 20% e syrah 25%. O corte com syrah é responsável por melhorar a estrutura do vinho, que passa doze meses em barril de carvalho.  Em Fronton, nessa denominação,  só podem ser produzidos vinhos tintos e rosados com pelo menos 50% da uva négrette.

Eu não conhecia essa uva e acho que poucas pessoas fora da França a conhecem.
No dia seguinte procurei informações sobre ela e descobri que é descendente de uma cepa ancestral nativa da ilha de Chipre, chamada mavros. Diz-se que foi levada para essa região da França por cruzados que no retorno passavam por essa ilha do mediterrâneo. Os diferentes cortes que podem ser feito com a uva produzem vinhos muitos diferentes entre si, em termos de aromas, estrutura e sabor. Procurei pelo preço na internet e achei uma garrafa à venda nos estados unidos por US$17. No dia seguinte, em supermercado Carrefour encontrei dois rótulos na faixa de quatro a cinco euros e comprei uma garrafa, quando abrir  tomarei nota das características do vinho com mais cuidado. As fotos do rótulo estão abaixo.

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