terça-feira, 19 de junho de 2012

Crane Lake Zinfandel 2008


Em março de 2012 eu estive em São José do Rio Preto,  SP, e visitei a loja de importados do Makro, que tem uma boa lista de produtos e vende vários vinhos interessantes, alguns provenientes de importação própria. Até por curiosidade, eu comprei uma garrafa de vinho da uva Zinfandel, que não é comumente encontrada no Brasil e é um vinho caro. Paguei 48  reais e se comprar três garrafas sai por cerca de 45. O vinho é importado pela Wine Experience e em outras lojas e posts o preço mencionado é 55-60.

A Crane Lake é uma das muitas marcas da Bronco Wine Company, da California, uma dos maiores produtores de vinho dos Estados Unidos. De um modo geral, trata-se de uma empresa controvertida, que já foi processada pela justiça norte-americana por fraudar as leis de D.O.C. rotulando vinhos como sendo de uma região e usando uvas de outras regiões. Veja detalhes em http://en.wikipedia.org/wiki/Bronco_Wine_Company. É conhecida por produzir um dos vinhos mais populares daquele país, com a marca “Charles Shaw”, que é vendido por dois dólares nas lojas de conveniência Trader’s Joe. Mas de um modo geral a percepção parece ser a de que vende vinhos por um preço inferior à qualidade percebida pelos clientes. Por isso tudo achei que tinha feito um péssimo negócio.

Hoje eu e minha esposa abrimos essa garrafa e tomamos junto com um queijo suave. O vinho é da safra de 2008 e tem 12,5% de álcool. O local de produção é Sonoma. 75% é Zinfandel e  o restante é uma mistura de outros vinhos tintos não mencionados no rótulo.  De um modo geral minha esposa gostou do vinho, porque é macio e tem um sabor e aroma um pouco adocicado, típica dessa uva. Parece ter passado por pequeno estágio em madeira, mas isso não é muito perceptível. O aroma é de frutas vermelhas. Para mim destacou-se mais o aroma de cereja.  A cor não é muito intensa e as lágrimas são finas. O halo já estava bem pronunciado. O sabor era um pouco picante, sem ser desagradável, com corpo leve a médio. Os taninos estavam maduros e de um modo geral o vinho estava bem equilibrado e macio, com persistência na boca de baixa para média.   De um modo geral, achei que se trata de um vinho correto, mas o preço está um pouco puxado. Nos Estados Unidos penso que é um vinho com custo bem acessível.

Pesquisei a web novamente e encontrei um vídeo em que o sommelier fala bem desse vinho, mas sem muito entusiasmo, mas ele prova uma garrafa da safra de 2006 (http://www.youtube.com/watch?v=Mv9PxcEOAGc). Essa safra foi premiada em uma feira nos Estados Unidos. Em uma degustação às cegas em Ribeirão preto, esse vinho ficou em 5º. lugar na preferência dos degustadores. Compardo com o Zinfandel da Gallo que eu comentei em fevereiro,  ficaria com o  da Gallo, que tem um sabor muito mais intenso.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A primeira garrafa devolvida nunca se esquece

Há poucos dias estive em um hotel do tipo resort na região de Campinas, para uma reunião de trabalho. O hotel é muito luxuoso e as diárias são caras. O hotel mantém uma boa carta de vinhos e, como tudomais, cobra caro por eles, algo entre 2,5 a 3 vezes o preço normal de loja ou do importador. No segundo dia foi servido um jantar para os presentes e no fim eu e alguns colegas ficamos conversando e, como sempre nessas ocasiões, resolvemos experimentar alguns vinhos. Isso levou a  uma análise detalhada da carta de vinhos para tentar encontrar vinhos com um bom custo-benefício. O primeiro vinho tomado foi uma argentino básico da Rutini. O segundo foi um espanhol, que a dizia ser de Castilla y León e que na realidade era de Rioja. No processo de escolha desses vinhos, pedimos alguns que não estavam disponíveis e outros que só estavam em safra mais recentes.

Conosco estava um colega alemão, que queria experimentar um vinho Brasileiro. Pedimos um vinho com valor de cerca de 70 reais de vinícola conhecida de Bento Gonçalves safra de 2008 ou 2009. Eu fiz a prova e ao colocar na boca percebi que o saber estava estranho, com gosto oxidado. Depois analisei melhor a cor e vi que estava mais escura que o normal, pendendo para um marrom escuro. Percebi logo em seguida o cheiro de vermute. Passei o copo para o alemão, que também provou e não gostou. Ele olhou a rolha e vimos que o vinho havia se infiltrado uns 0.8 mm nela. Ela era composta de aglomerado de cortiça e um disco de cortiça integral com 0.5mm de altura na ponta que ficava dentro da garrafa. Resolvemos então devolver a garrafa.

O garçom era bem jovem e ficou atrapalhado, sem entender o que estava acontecendo. Nós explicamos para ele que o vinho estava com defeito e que não iríamos consumi-lo. Ele retornou com a garrafa e vimos que falou com outros colegas e eles todos cheiraram e provaram o fim. Depois de algum tempo eles chegaram à conclusão que estávamos certo e o jovem voltou par anos oferecer outra garrafa. Eu fiz um curso sobre vinhos recentemente e havia tido lições teóricas sobre os tipos de defeitos dos vinhos, mas nunca havia me deparado com uma garrafa defeituosa em um estabelecimento de consumo e naquele hotel luxuoso, foi preciso muita convicção para devolver o vinho. Não sei a razão do defeito, se causado pela rolha ou por má conservação.  Mas saí com a impressão de que o hotel deveria cuidar e manter melhor sua carta de vinhos, considerando o nível de seus clientes e os preços cobrados.

domingo, 3 de junho de 2012

Rutini CS e Malbec

No mês passado eu almocei com alguns amigos e colegas no restaurante Guimas, na Gávea, RJ. O prato escolhido, recomendado por um dos presentes que é frequentador assíduo, foi o Filé do Bêbado, com molho de champignon, vinho tinto, bacon, cebola calabresa e batata gratinada. Estava muito bom.

Para acompanhar pedimos um vinho tinto Rutini 2009, um corte de cabernet sauvignon e malbec.Todos à mesa gostaram muito do vinho. O que chamou a atenção foi principalmente o seu equíbrio e maciez, de taninos maduros. Além disso, tem boa intensidade na boca, com corpo médio. O aroma também é agradável, de frutas vermelhas. Combinou muito bem com o prato pedido.

 O preço pago foi de 92 reais. No outro dia, em casa, eu pesquisei na Web e descobri que é vendido pela Zahil, por cerca de 60-70 reais. Havia uma promoção de três garrafas por  55,50 cada na própria importadora e eu comprei para verificar se com outras garrafas a minha avaliação positiva se mantinha. Ainda não bebi. O preço pago no restaurante foi bem razoável, comparado com o preço da importadora.