domingo, 4 de agosto de 2013

Cabernet Sauvignon adocicado

Uma amiga minha comentou há algum tempo que gostava de um vinho chamado Altue. Ontem nos encontramos em um jantar e ele me disse que encontrou no Carrefour em São Paulo e comprou duas caixas. Resolvi experimentar. O rótulo indicava ser um Cabernet Sauvignon. Resolvi ver o contrarrótulo e encontrei duas curiosidades (ver a foto).  Primeiro, diz que se trata de um vinho “de assemblagem”, em evidente conflito com a a informação do rótulo de que se trata de um varietal. Tem-se aí um importador que não faz direito seu dever de casa. A segunda informação é que se trata de um “vinho tinto de mesa suave fino”.  A princípio não entendi bem o que significava, pois o termo “vinho fino” é usado no Brasil com a conotação de vinho feito com vitis vinífera e o termo “vinho suave” quando é feito com “vitis americana”.  Em seguida experimentei o vinho e entendi o significado da frase e porque minha amiga gostou do vinho: ele é bem adocicado. Não há informação no contrarrótulo sobre o grau de acuçar no vinho, mas estimo que seja relativamente alto,  em torno de  30 a 40 g/l.  

Mais tarde em casa, procurei pelo vinho na Web. Ele é produzído por uma vinícola no vale central chamada Cremaschi Furlotti. No site da vinícola não aparecem os vinhos da marca Altue e não consegui encontrar sua ficha técnica. A vinícola está localizada no vale de Maule, próxima à cidade de Talca. Nas lojas do Carrefour há outras variedades desse vinho na modalidade “seco” e feito com outras uvas. No aplicativo Vivino, a safra 2012 desse vinho tem pontuação 2.5 (de 1 a 5), que me pareceu muito generosa. Os comentários no Vivino e em blogs são variados. Algumas pessoas dizem que gostaram por ser adocicado (principalmente mulheres), outras dizem  que é ruim, que só serve para fazer sagu, que não serve nem para culinária etc.

É difícil entender porque usar Cabernet Sauvignon para fazer vinho adocicado e ainda mais porque importá-lo para o Brasil.