Uma
amiga minha comentou há algum tempo que gostava de um vinho chamado Altue.
Ontem nos encontramos em um jantar e ele me disse que encontrou no Carrefour em
São Paulo e comprou duas caixas. Resolvi experimentar. O rótulo indicava ser um
Cabernet Sauvignon. Resolvi ver o contrarrótulo e encontrei duas curiosidades
(ver a foto). Primeiro, diz que se trata
de um vinho “de assemblagem”, em evidente conflito com a a informação do rótulo
de que se trata de um varietal. Tem-se aí um importador que não faz direito seu
dever de casa. A segunda informação é que se trata de um “vinho tinto de mesa suave fino”. A princípio não entendi bem o que significava,
pois o termo “vinho fino” é usado no Brasil com a conotação de vinho feito com
vitis vinífera e o termo “vinho suave” quando é feito com “vitis americana”. Em seguida experimentei o vinho e entendi o
significado da frase e porque minha amiga gostou do vinho: ele é bem adocicado.
Não há informação no contrarrótulo sobre o grau de acuçar no vinho, mas estimo
que seja relativamente alto, em torno de
30 a 40 g/l.
Mais
tarde em casa, procurei pelo vinho na Web. Ele é produzído por uma vinícola no
vale central chamada Cremaschi Furlotti. No site da vinícola não aparecem os
vinhos da marca Altue e não consegui encontrar sua ficha técnica. A vinícola
está localizada no vale de Maule, próxima à cidade de Talca. Nas lojas do Carrefour há outras variedades desse vinho na modalidade “seco” e feito com
outras uvas. No aplicativo Vivino, a safra 2012 desse vinho tem pontuação 2.5
(de 1 a 5), que me pareceu muito generosa. Os comentários no Vivino e em blogs
são variados. Algumas pessoas dizem que gostaram por ser adocicado (principalmente
mulheres), outras dizem que é ruim, que
só serve para fazer sagu, que não serve nem para culinária etc.
É
difícil entender porque usar Cabernet Sauvignon para fazer vinho adocicado e
ainda mais porque importá-lo para o Brasil.