sábado, 3 de março de 2012

Leitão à Bairrada

Jantei no restaurante Meta dos Leitões, em Mealhada. Este é um de muitos que existe nessa região. O leitão é muito bom, com pouca gordura aparente. O couro é
fino e tostado, mas não chega a ser crocante. A garçonete é uma senhora
portuguesa, que informa que o acompanhamento tradicional são batatas fritas, fritas
na casa, e salada de alface.

O vinho da casa recomendado é produzido pela própria empresa que é dona do restaurante, um caso típico de venda casada. Há opção por outros vinhos produzidos pelo grupo. Eu preferi provar o da casa, que se chama Sarmentinho, e vem nas versões tinto, banco e rosado. A garçonete disse que todos eles são indicados para consumir com o leitão e de fato, notei que sobre as mesas vizinhas havia garrafas tanto de tinto como de branco. O vinho é frisante, parecido com um Lambrusco. Acho que o gás é adicionado ao vinho pronto. O que eu tomei, o tinto, é feito com as castas Baga e Trincadeira e tem 12,5O de álcool. É servido gelado e tem sabor agradável, embora simples; vai bem com o leitão. No rótulo está escrito que é "adamado" (veja fotos abaixo). Esssa palavra não é muito usada no Brasil e significa "vestir-se ou enfeitar-se como uma dama, efeminado". No mundo do vinho significa "ligeiramente doce".





Como é uma segunda-feira, na estrada passei por vários restaurantes que estavam
praticamente vazios. No Meta havia em torno de trinta pessoas jantando. Esse é um dos restaurantes mais conhecidos e bem avaliados entre os que servem o leitão à bairrada nessa região e por isso talvez que era o mais procurado. Fiquei pensando se o leitão desse restaurante é melhor do que os demais só por causa de propaganda, ou se tem de fato alguma vantagem competitiva.

Dias depois eu estava em Lisboa e vi que há um restaurante no setor de refeições do centro de compras da estação oriente do metrô. Lá é possível comer sanduíche de leitão da bairrada. Resolvi não experimentar.

Há também um restaurante que serve leitão à bairrada no centro de compras de Alcochete (Freeport). Lá comi um bacalhau com natas e conversei com o garçon brasileiro, que é um imigrante ilegal. Ele disse que na cozinha os cozinheiros são todos brasileiros. Com a crise financeira, muitos restaurantes já fecharam nesse local e esse corre o risco de fechar também. O garçon disse que planeja voltar para o Brasil em dois ou três meses. Não sei se o leitão à bairrada que lá servem é da bairrada, nem se os cozinheiros do Meta são brasileiros ou portugueses. Acho que não faz
diferença. Ou faz?